Projeto Aluno Presente transforma aprendizado em formação para gestores públicos

O curso vai fomentar soluções para combater o fenômeno da criança fora da escola a partir das experiências do projeto.
interna-0407
Crédito da foto: AF Rodrigues

O aprendizado com a situação que mantém ainda muitas crianças e adolescentes fora da escola provocou na coordenação do projeto Aluno Presente um esforço de transformar o conhecimento adquirido, ao longo dos quase três anos de atuação, em uma formação para 60 gestores públicos das secretarias municipais de Educação, Saúde e Desenvolvimento Social, de organizações não governamentais e colaboradores do próprio Aluno Presente.

A consultora e a coordenadora geral do Aluno Presente, Eliana Sousa e Julia Ventura, respectivamente, e a assessora da Secretaria Municipal de Educação, Ana Lúcia Barros, fizeram a abertura do Programa de Formação em Políticas Públicas para a Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente e apresentaram o que será desenvolvido durante a aula inaugural, que aconteceu na última quinta-feira (30), no Museu de Arte do Rio (MAR).

interna-0407b
Crédito da foto: AF Rodrigues

Julia Ventura, também idealizadora da formação, disse que a iniciativa pretende difundir esse conhecimento para as esferas públicas, deixando um legado de atuação da própria experiência, além de propor um esforço conjunto para pensarem soluções que resolvam os problemas que impedem a criança de frequentar a escola.

A preocupação de reunir nesta formação membros dos diferentes setores públicos, que atuam diretamente na causa e na solução do problema da exclusão escolar, é uma característica que foi destacada por Ana Lúcia Barros, responsável pelo Aluno Presente na prefeitura do Rio de Janeiro. “A questão da intersetorialidade é fundamental no combate à violação de direitos das crianças e adolescentes, seja na educação, na saúde, pois percebemos que não basta uma ou outra secretaria do poder público ou uma ou outra ação da sociedade civil. A gente precisa de um conjunto de coisas para de fato garantir esses direitos.”

A formação será gratuita e terá seis encontros presenciais, apoiados por um conteúdo teórico digital disponibilizado em uma plataforma de educação à distância pela qual será possível anexar documentos, imagens e links para alimentar as discussões, realizar fóruns e tirar dúvidas. Os participantes vão realizar tarefas semanais até o encontro presencial seguinte.

Durante o evento, os participantes, divididos em grupos por região de atuação, discutiram “Como a ação intersetorial pode contribuir para a inserção da criança que se encontra fora da escola?”. Carla Felizardo, da Vila Kennedy, disse que o grupo que atua numa parte da Zona Oeste sugeriu uma ação de troca de informações entre as instituições locais e a identificação daqueles com risco de evasão. “A escola precisa levar ações para dentro dos postos de saúde, os postos de saúde para dentro das ONGs, as ONGs para dentro da escola, e assim por diante, alimentando a interação entre os agentes locais. Precisamos aproximar o público de ações que façam da escola um lugar mais atraente e, assim, evitar o abandono”, concluiu.

Roberta Castro, gestora de território do projeto Aluno Presente na Zona Norte, confirmou a relevância do programa. “É essencial fortalecer os laços entre os agentes públicos nos territórios, reforçar atividades de combate à evasão escolar e aprender a lidar com mais propriedade com a situação da criança fora da escola”, afirmou.