Um projeto que pretende nada menos do que combater a evasão escolar no município do Rio de Janeiro depende de uma boa relação entre as partes envolvidas na ação. E um dos atores fundamentais nesta equação são os diretores de escola – gestores que irão orientar a comunidade escolar desde o acolhimento da criança até a prevenção de sua saída precoce das salas de aula.
Segundo Gisele Martins, gestora de campo do Aluno Presente, a boa relação com as escolas é pressuposto básico para o sucesso do projeto. “Elas são as instituições que efetivamente recebem estes alunos. Sem uma conversa franca e direta com pais e diretores e professores não podemos ter a visão completa do quadro de cada aluno”.
Evitar a evasão é um dos grandes objetivos do projeto, já que a maioria das crianças atendidas já estiveram matriculadas em algum momento e acabaram abandonando a escola. “O retorno e interação de quem trabalha diretamente nas escolas é de suma importância para que as crianças e adolescentes não evadam do sistema de ensino novamente.”
Desde que o projeto entrou em operação, era esperado o momento de expor os seus objetivos e metodologia diretamente aos diretores de escola. O primeiro passo para estabelecer a relação foi dado na reunião com dirigentes de escolas da 8a CRE – área escolhida para a fase piloto do projeto.
“Quantos de vocês, diretores, quiseram ir até as casa de seus alunos para trazê-los de volta à escola?”. Com essa pergunta, a gestora do Aluno Presente na Secretaria Municipal de Educação, Sueli Pontes Gaspar, instigou os presentes já no início da apresentação.
Boa receptividade
Os diretores, por sua vez, tiraram dúvidas sobre a implementação e funcionamento do projeto e demonstraram, de forma geral, uma boa impressão em relação à proposta. Para a diretora da Escola Municipal Carlos Maul, Ana Lucia Lourenço Wargas, a ideia é interessante: “acho este é um problema difícil de ser sanado, mas a intenção é muito boa e certamente vai ajudar a melhorar a situação”, disse. “O fato de ser um projeto interdisciplinar me chamou atenção de forma positiva”, completou.
A opinião de Neila Barsand de Leucas, diretora da Escola Municipal Pablo Picasso, vai no mesmo sentido. “A questão já era conhecida, então é ótimo receber esse apoio. O projeto pode fazer o que a escola não consegue fazer, que é ir até a casa dessas crianças, entender o porquê de terem abandonado as aulas e trazê-las de volta.”
Ana Barros, assessora da Secretaria Municipal de Educação, falou sobre a importância dos diretores abraçarem a ideia. “A escola deve ser para todos, não para alguns. A perda de um único aluno é irreparável e é essa a mentalidade que temos que incentivar entre os diretores”, enfatizou.
A ideia é fazer encontros periódicos com diretores de todas as áreas em que o projeto atua – a proximidade e interação com os dirigentes escolares é uma das ações que fazem parte da metodologia do Aluno Presente.