Aluno Presente insere mais de 16 mil crianças e adolescentes na escola

Com uma estratégia diferenciada de busca ativa, o projeto trabalha no contato direto com a realidade de crianças fora da escola.

interna-270616Em seu terceiro ano de atuação, o Projeto Aluno Presente já conseguiu localizar 17.633 crianças que estavam fora da escola e inserir 16.239 daquele montante na rede municipal de ensino, entre janeiro de 2014 e junho de 2016. Em um esforço diário, 70 articuladores percorrem as ruas da cidade, principalmente os territórios de maior vulnerabilidade, para localizar crianças e adolescentes, entre seis e 14 anos, que não tem garantido o direito à educação ou estão em risco de evasão escolar.

“O Aluno Presente tem um diferencial importante: é um projeto com a metodologia de busca ativa de crianças que estão presentes no município, mas que não tinham sido encontradas e identificadas. Desenvolvemos também um aplicativo que nos permite colher as informações em campo e processá-las de forma analítica para enviar diretamente à Secretaria Municipal de Educação”, disse Julia Ventura, coordenadora executiva do projeto.

O projeto, criado em 2013, atua com cinco equipes, distribuídas pelas regiões da cidade e em articulação direta com as Coordenadorias Regionais de Educação, que visitam famílias e postos de saúde, conversam com organizações comunitárias e escolas, e articula uma rede de parceiros que auxilia na localização de crianças fora da escola e trabalha pela frequência escolar delas.
A ida ao campo desses articuladores possibilita a validação das informações de casos de crianças que possam estar fora da escola ou em risco de abandono e colhe insumos para o entendimento, a partir da interpretação analítica de dados concretos, das razões que levam as crianças a nunca terem estudado ou a terem evadido.

interna-270616bA articuladora local Lorraine Rodrigues, da equipe Zona Norte II, concorda que a metodologia é uma das mais eficazes no trabalho de campo: “A busca ativa é muito válida, pois a gente faz uma mobilização na comunidade, distribui panfletos, bate de porta em porta e, com isso, sempre encontramos alguém fora da escola, porque o boca a boca funciona muito mais”, comenta.

O resultado é expressivo, mas ainda há um longo caminho para zerar a estimativa nacional de 3 milhões de crianças e adolescentes que estão fora da escola, entre quatro e 17 anos (dados da março de 2016, da Agência Brasil). O projeto é uma parceria entre a Associação Cidade Escola Aprendiz, a Secretaria Municipal de Educação e o programa internacional Educate a Child, da Fundação Education Above All (Qatar).